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GUARDIÃO DA MONTANHA

Pesquisador

Tomas Pessoa

GUARDIÃO DA MONTANHA

Obra | GUARDIÃO DA MONTANHA
Técnica | Pintura digital (Procreate app)
Descrição | A imagem representa um diálogo entre o homem ancestral e o espírito do leão da montanha, sendo representado em forma de um templo pré-histórico. Essa conversa se estende para as árvores, que representam portais
energéticos, a montanha, a neve, o fogo e a arte.

Fundamentação na Residência | A obra nasce de uma pesquisa
geocultural construída a partir de vivências em diferentes territórios. Durante a residência, essas experiências foram organizadas e aprofundadas, dando forma e direcionamento para composição artística final.

Statement

A obra “Guardião da Montanha”, pintura digital criada no aplicativo Procreate, nasceu como um tributo a forças naturais e espirituais que tive o prazer de vivenciar em algumas viagens marcantes dos últimos cinco anos, principalmente por reservas naturais na Califórnia e
Arizona.

A inspiração central veio de um encontro real com um leão da montanha, ocorrido em 2021.

Estava com minha parceira, voltando de uma visita ao Parque Nacional das Sequoias, onde havíamos contemplado árvores milenares gigantescas. Ao anoitecer, a caminho de um
evento no dia do solstício de verão, erramos o trajeto e, foi nesse momento que um leão da montanha cruzou a estrada bem na nossa frente, a apenas 10 metros de distância. Ele surgiu rapidamente, atravessou em um único passo e desapareceu do outro lado. Foi uma
aparição breve, mas mágica. Pudemos vê-lo claramente por alguns segundos com os farois do carro acesos. Ficamos maravilhados com sua beleza, tamanho, velocidade e força. Esse encontro me marcou profundamente.

Por muito tempo, esse momento ficou guardado, até que este projeto me ofereceu a oportunidade de resgatar a memória desse encontro e dar forma a esse espírito em imagem. Comecei então a imaginar o leão não apenas como animal, mas como símbolo ancestral, um guardião natural do território. A proposta da obra foi transformar esse ser em um templo vivo onde os antepassados pudessem habitar, como se sua essência se tornasse ponte entre mundos.

A obra também é atravessada por outras referências geográficas e espirituais. A montanha ao fundo é o Monte Shasta, uma presença constante na paisagem do norte da Califórnia, que irradia uma aura mística. Outra inspiração veio da Petrified Forest, no Arizona, um parque nacional incrível com uma floresta fossilizada. Esse espaço sagrado fica próximo a reserva indígena Hopi (Hopi Reservation), onde existem muitas com inscrições e desenhos rupestres em suas rochas.

Em especial, o Newspaper Rock, repleto de símbolos e grafismos ancestrais, serviu como inspiração para criar o homem ancestral desenhando nas paredes.

Território

Campinas - SP - Brasil | Data de Nascimento: 21 / 02 / 1992

Cidade Residência | Oakland - CA - EUA

Território Pesquisado | Reservas naturais na Califórnia e Arizona

Biografia

Tomás Mattiazzo Pessoa, mais conhecido como Freak Dali, é um artista multimídia brasileiro que atualmente mora em Oakland, Califórnia. Graduado na Universidade Belas Artes de São Paulo em 2014, com especialização em pintura expandida, começou a trabalhar em festivais de arte, criando instalações, cenografia e decoração. Em 2015, realizou seu primeiro "live painting mapping", uma instalação
de realidade aumentada que definiu o tom de seu estilo artístico. Desde então, vem aprimorando seu conhecimento em diferentes áreas do mundo virtual. Em 2018, começou a desenvolver arte em realidade aumentada (RA) para aplicativos de smartphones e, atualmente, Tomás trabalha em projetos de RA para diferentes propósitos e cria instalações de arte interativas para festivais ao redor do mundo.

Reflexões durante a Residência

Durante o processo, um dos grandes impasses foi refletir sobre a mensagem da obra. Minha intenção era homenagear esse ser ancestral e os nossos antepassados. No entanto, ao escolher representar o leão da montanha de forma anatômica, com seu corpo aberto e habitado, me deparei com um dilema: estaria eu representando uma conquista do homem sobre o animal, como se ele tivesse sido vencido?

Essa dúvida me acompanhou por boa parte do processo. No fim, entendi que minha proposta era o oposto: transformar o leão em um espaço sagrado, onde homem e natureza estão em comunhão — não em conflito. Uma celebração, não uma dominação. Uma
coexistência harmoniosa, ainda que simbolicamente expressa por uma anatomia fantástica.

Busquei guiar essa obra com o máximo de respeito e intenção positiva, tanto aos animais quanto às culturas envolvidas. "O Guardião da Montanha" é, para mim, uma tentativa de criar um espaço visual onde essas conexões se mantenham vivas, onde o sagrado ainda
pode ser habitado — mesmo em meio ao caos das cidades e da modernidade.

Ofrenda 

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