Caco
Sobre o Artista
Luiz Carlos Gonçalves, CACO possui sua residência artística a 32 anos na Ilha do Mel, local que é pura inspiração para suas criações. Criando esculturas de terra e areia que se transformam conforme a natureza das chuvas e marés esculpindo junto ao artista as obras que ganham detalhes através do trabalho minucioso de CACO.
Já os desenhos onde CACO diz ser "um eterno aprendiz", são realizados com caneta esferográfica, nanquim e lápis preto e técnicas de sombreamento onde objetos, pessoas, prédios, favelas, paisagens, fontes, esgotos... se fundem em perspectivas que fluem como as ondas do mar recriando imagens de forma continua na visão de quem aprecia suas obras.
Caco trata seus trabalhos como fragmentos de expressão dele mesmo, “cacos do Caco”, como que os seus trabalhos fossem extensões dele, mas esmiuçados. Essas ramificações fazem aos observadores refletirem a existência do ser humano no meio natural e artificial criado por ele mesmo, ao alertar da desgraça da ação do homem contra a natureza, enfim a si mesmo, por si mesmo.
O objetivo de CACO é que o expectador "não só veja mas olhe" mergulhando em um oceano de contextos da humanidade, trazendo a partir do caos o contato com o imaginário do expectador, gerando um labirinto profundo de perspectivas em reflexão sobre a vida e contextos da humanidade.
O ato de ver é instantâneo, porém olhar exige um tempo para a contemplação e reflexão. Na correria diária o "perceber" se perde, devido à falta de tempo. A paisagem que nos cerca, seja natural ou urbana, é esquecida em meio à rotina. É necessário para contemplar os trabalhos do artista um olhar sinuoso e analítico, para entender o envolvimento dele com todo o processo de execução e para compreender seus questionamentos sobre a sociedade atual.
Nome: CACO {Luiz Carlos Gonçalves}
Ano: 17 de abril 1953
Local: Brasil - Ilha do Mel - Paraná
"cacos do Caco"
Nativos
CACO
Outra Dimensão
CACO
Preciso dar um basta na mesmice
e ir atrás do novo desconhecido
a zona de conforto me desconforta
é o esperar da morte lentamente
quero ver coisas novas bichos novos
nas paisagens resquícios do paraíso
a maquina que me comanda no agora
me condiciona a vícios aprisionantes
a coragem que o falso conforto acorrenta
e amarrado fico aos próximos capítulos
falsas promessas de dias melhores
que quando chega é final de novela
e o time perdeu mais uma e vem mais
descansada está da penúltima jornada
e mochila guardada envelhece embolorada
sinto sede entre caminhos montanhosos
onde sempre haverão véus de cachoeiras
lá onde pretos pássaros cantam alegremente
e os ouço tentando entender o contexto
do tudo novo sem mesmices vida a mil
onde o desconforto é curioso e atraente
de acordo com a vida e o alegre viver
num caminhar na intensidade de Ser.
O desbravar de um Caminho-XIX-V-MMXV
CACO
Escultura em Areia - Ilha do Mel
CACO
Desculpe baby!
Passamos no tempo
O brincar que ficou no quintal
E as maravilhas da Alice
Eram sonhos e acordado que fui me despi
A realidade nua e crua se apresenta
Mostrada na mascara arrancada
Em que a ilusão tecia névoas
E viver em alegria era engano
Desculpe baby!
Você me mostrou o caminho
Que antes trilhávamos juntos
E hoje sigo sozinho
Pois em trilha estreita não é para dois
E quintais haverão
E verões virão sem nós
E entristeço-me em não tela comigo
Mas me sinto amigo
Desculpe baby!
Cacto-muitos espinhos bela flor e um sucozinho San Pedrito
CACO
Um tempo é necessário
E brinco num troca amigos
Como se troca roupas
Não quero nada de ti
No quintal brinco de Alice
Bem acordado maravilho-me
Com novos tempos novos amigos
Nas lacunas deixadas da ausência
Desculpe baby!
Não te peço que voltes
Mas que sejas feliz
Quem fala o que quer ouve o que quis
Sigamos nossos caminhos opostos
Amigos a distância sangram menos
E distante me sinto mais amigo
E o quintal estará como sempre esteve
Não sobram lacunas
Desculpe baby!
O amor não se foi e sobrevivi
Ainda não encontrei minha turma
O lugar estará vazio
E o tempo apagará os borrões
E viver de pressão é exercício
E quero a distancia vigiada
Onde possa viver Alice do país
Das maravilhas obrigado por nada.